segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

Posso ter o meu momento de criança onde me apetece brincar. Ter as minhas paranóias. Ser teimosa até ao cúmulo. Ter centenas de defeitos. Posso ter ainda tudo para aprender nesta vida.
Mas, se há coisa que eu sei com tamanha certeza é que não tenho uma mentalidade infantil. Chamem-me convencida, o que quiserem. Não venham é contra a minha verdade.
Não vou dizer que tenho a mentalidade adequada, até porque concluo que neste planeta não a tenho mesmo. Mas orgulho-me. Orgulho-me de pensar diferente. De agir diferente. De ter as minhas próprias ideias, sejam retrógadas ou não. Mantenho-me fiel a elas. Sofro de qualquer das maneiras.
E tudo isto para quê, se nesta sociedade actual é tudo o oposto do que vejo?!
Deixa-me doente saber que é tudo o mesmo, tudo igual. Ouvir sempre as mesmas conversas porcas e incultas. Saber que ao que dão valor, eu não o dou. Viver de aparências. Botox, plásticas, seringas. Espetem-se que assim ficam perfeitos.
Usa-se e abusa-se. Come-se e deita-se fora, seja no chão ou no caixote do lixo.
Cansaço constante. Nada dura.
Arrogância, ganância, preconceito, vulnerabilidade, sarcasmo, insensibilidade.
Tudo isto para eu me sentir sozinha, cada vez mais.
Sozinha, incompreendida e revoltada.
Mas nao, não vou mudar para ser igual. Como disse, sou fiel e vou continuar a ser sempre assim.
Apenas mudo as minhas reacções. Fico fria e menos tolerante. E ai de quem me magoe seriamente.
Um dia puderam pisar-me. Hoje, não o façam. Nem queiram. Porque cansei-me e é pior.
Contrariamente, continuo a dar o máximo de mim.
E até posso nunca vir a ter mesmo nada. Mas, que se lembrem que sempre dei o que de melhor tenho em mim, sem olhar a meios ou a alcançes.

4 comentários:

fi. disse...

e se inventássemos o mar de volta?
eu gostei disto aqui*

telma disse...

não deixes essa diferença então. *

telmarrocha disse...

Se bem te lembras de como eu era (e continuo a ser), sabes que sofro de um mal parecido.
E quando mudei de escola o ano passado defrontei-me com isso: o começo ainda mais nítido do que no básico da importância das aparências e o começo de uma sociedade que continuará podre no futuro.

Às vezes achava que ia acabar por ceder e ficar assim também. Mas fidelidade a nós próprios é uma coisa bem mais bonita. E ainda aqui estou :)


Um beijo, filhota *

golden boy disse...

A beleza está na simplicidade. Tu és natural, simples ;)