quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Hoje acordei. Fui até ao ginásio da académica com uma amiga. Fazer exercício. Porque é saudável.
Deu para pôr a conversa em dia. Matar saudades. Saber de novidades. As tão famosas novidades de Verão, onde para a maioria acontece sempre alguma coisa interessante. Ouvi. Não tinha nada para lhe contar. Sorri. Voltei a ouvir. Amores, desamores. Relações de uma noite só. E como continuava sem nada para contar, sorri novamente.
Vim para casa com o pensamento de que só a mim não me acontece nada. Desejando também ter algo para contar.
E assim pensava eu ter um grave problema...

A meio da tarde recebo a notícia da morte da mãe de um amigo meu.
Cancro.
Chorei. Chorei. Chorei.
Olhei à minha volta. Vejo gente doente. Com a mesma doença. Desaparece. Mas volta a aparecer em outro lugar.
Apercebo-me das pessoas que posso vir a deixar de ver, assim sem mais nem menos.
Penso nelas. No que sofrem. No quão fortes que são.
Lembro-me de histórias. Histórias de outras pessoas que se vão em segundos.
Fico com medo.
Volto a pensar naquelas que conheço. Como são boas pessoas!
Revolto-me com a vida.
Levo as mãos à cabeça e chamo-me estúpida. Perante isto como me posso eu queixar de não ter nada para contar? Como se pode queixar a minha amiga porque teve desamores e uma relação de uma só noite?

Enquanto isto, a pessoa que mais sofria, antes de partir abriu os olhos e sorriu para a família.


[Texto com partes fictícias]

1 comentário:

Inês Guedes disse...

Olá.
Gostei muito do texto e da forma como escreves...
Espero que as partes ficticias sejam as noticias mais tristes.
*