terça-feira, 8 de setembro de 2009

"O que quero é fazer o elogio do amor puro. Parece-me que já ninguém se apaixona de verdade. Já ninguém quer viver um amor impossível. Já ninguém aceita amar sem uma razão."

Hoje tenho de desabafar.
Começo por dizer que não entendo. Não entendo o Ser Humano.
E vou tocar no assunto amor.
De facto, eu realmente penso como uma velha retrógada. Apesar de ter vinte e um anos.
Gosto de ser uma pessoa sociável e embora não crie laços com todas as pessoas que conheça, sempre que passo por elas retribui-se um sorriso. Sendo assim, posso dizer que tenho muitos conhecidos.
Conversas puxam conversas e eu como pessoa atenta que sou, gosto de analisar bem os comportamentos dos outros. Claro está que fico de boca aberta quando me contam certas atitudes. Mais de boca aberta fico quando presencio essas mesmas atitudes.
A acrescentar diria que sou uma pessoa com facilidades em descer ao fundo do poço. E dado que o meu grau de sensibilidade com a idade esteja cada vez pior, estes relacionamentos modernos dão cabo da minha cabeça.
E juro-vos que tento ser o mais compreensível possível.
Começando a conversa...
Tenho uma amiga que se diz azarada no amor. No entanto, não se contam pelos dedos os pretendentes que tem.
Este ano, ela foi de férias. Mas antes das férias conheceu um rapaz que pelo modo de falar diria estar apaixonada. Mas isso foi antes. Apesar desse belo sentimento já incutido, eis que vieram mais dois rapazinhos para conhecer. Como bons rapazes, claro que o seu interesse era apenas engate de uma noite. O primeiro, manteve-se fiel e não caíu na armadilha. Já o segundo..."Foi apenas uma noite. Ele tanto insistiu que eu não resisti. Ia fazer o quê?"
Eu sei que o calor dá cabo dos neurónios, mas no meu pensar nunca conseguiria ter algo nestas circunstâncias com alguém, tendo uma pessoa na cabeça por quem tinha sentimento.
Penso mal.
Tenho uma outra amiga que se diz farta de homens. Uma noite no café ali de baixo, um rapaz apareceu e meteu conversa. Por acaso até é conhecido. E só por acaso, namora. Mas como isso hoje em dia não interessa e passa ao lado de qualquer um, conversa e mais conversa resulta em saídinhas frequentes.
Aqui nem vale a pena pensar. Até porque iria pensar mal.
Passemos então à história do meu amigo que até já foi casado. Também traiu. Mas não é esta a história que vou contar.
Estava eu em momento nostálgico, mas daqueles de recordar pessoas e momentos bonitos. Sem deprimir. E lembrei-me de lhe ir dar um beijinho via net. Acabamos por tentar combinar amanhã vermo-nos no oriente. Inocentemente pergunto se vai ao vasco da gama. Inocentemente responde-me que vai lá esperar a gaja. Desenvolvendo-se a curiosidade venho a saber que não era a que eu pensava que fosse. Embora seja do Norte, é outra. Disse-lhe que não percebia. Recebi uma resposta sincera. Esta, a outra e ainda uma que nunca tinha ouvido falar são os três novos brinquedos dele. Mas calma, porque gosta das três e apenas anda a experimentar. E só foi para a cama com uma. Insiste que gosta das três, que anda a experimentar e que não quer apenas sexo. Mais ainda me perturba quando me diz que todos sabem da situação.
Sendo meu amigo, sou sincera e disse que esta história me enojava. Que não percebia. Que andava a brincar.
Chateou-se comigo. Ainda não me falou.
Continuo sem perceber. E tentei pensar.
Pensei nestas e em outras situações e conclui.
Conclui que sou eu que penso mesmo mal.
Talvez ainda conclua que eu é que deveria mudar.
Enquanto não mudo. Enquanto não penso de modo diferente.
Fico. Aqui. No meu pequeno cantinho.

1 comentário:

A Monochromatic Kind of Man disse...

Não te quero dizer nada, muito menos dar conselhos. Mas diz que o elitismo e a total ignorância sobre a que se dá "os ouvidos" acaba por resolver qualquer romance de cordel. Bem, eles vão continuar a existir apenas não vais perder o teu tempo com eles.

*

PS: obrigado pelo comentário :)